A vila estava vazia.
Ninguém havia acordado?
As portas das casas
Olhavam-se,
Os faróis dos carros não.
Apagados estavam.
Ouvia-se o vento nas folhas
E a chuva corria nos vidros.
Apenas o homem da casa quatro
Estava por ali naquela manhã.
Mas era tanto tempo
que mais parecia que não dormia
ou acordava.
Era o próprio sempre.
Sair de pijamas não era costume,
Mas foi assim que hoje estava.
Talvez porque quisesse vender sonhos.
E na sua incorrente moeda,
O homem oferecesse cores
para a gente da estalagem.
E dissesse em silêncio
Vamos todos!Coragem!
E ainda dormiam?
Àquela altura da tarde?
No outro dia seguinte
O homem da quarta casa
Amanheceu antes do sol.
Plantou no canteiro da vila
A semente das flores mais belas.
Um cão aportou sem dono.
Seguiu com o homem e seu pijama
para onde quer que fosse.
Adorei esse lugar, acredito que só o fato desse desejo existir já faz o mundo melhor. Lindas palavras, lindas imagens. Beijos da janela, apareça sempre por lá.
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