A MISSA DOS LEÕES



Quando estou em seus braços, penso em direitos humanos.
Iria para o campo aberto ver a dor dos desatinados
Se pudesse ficar mais uma tarde em seu colo.
Pousar em seus braços e ver a dor do mundo:
Condição que eu lutei todo o tempo para ter.
Quando fico com ela, parto rumo aos humilhados da vida.
Vivi! depois que a moça da vila me desembriagou,
Me fez pertencer à família dos que sabem ser feliz,
Me suspendeu até o lugar de onde eu havia desabado,
E reativou minhas redes de pesca de alto oceano.
Me acompanhou como uma leoa,
Foi minha juba direita,
Devolveu-me a vida,
E se foi...
Um desenlace de pura ousadia me fartou de agonia.
Atirado ao chão, ela jogou no mesmo tom minhas palavras de poeta.
A princípio lutei para viver assim.
Depois fui amolecendo, amolecendo
E pus a vila perdida dentro de mim.

Nem todo mundo enxerga o olhar do outro,
Nem todo mundo vence os sentimentos,
Nem todo mundo quer amar.
Precisamos provar que podemos e devemos amar sem rancor!
Por isso espero! A vida está voltando.
A Rua dos Araújos é apenas um atalho para os direitos humanos.
Onde estava? Sumi por causa de uma jovem e da dor do mundo.
Elas precisavam de mim.
Agora eu que preciso de seus braços...
Missão, mania de leão.

Um comentário:

  1. amar sem rancor, de peito aberto... precisa ser possível. Tá tão lindo e puro esse texto... é o colo que a gente precisa vezemquando =)
    beijos

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